Quanto mais eu tentava entender, mais perdida na vida eu ficava. Se eu fechasse meus olhos, talvez por um tempo amenizasse a dor que eu estava sentindo, uma vez que quando imaginamos pessoas ao nosso lado as coisas se tornam mais fáceis. Então era o que eu fazia, e quer saber, ficava menos decepcionada em lembrar que todo mundo, pelo menos uma vez, desejou uma dose de sumiço.
Quando percebi que as coisas ao meu redor não estavam acontecendo como eu havia planejado, meu ponto de vista se perdeu. Eu não sabia exatamente o que queria ou como devia agir, mas meu mundo parecia simplesmente girar, e enquanto isso continuasse eu sobreviveria, ou pelo menos arrastaria os meus dias.
“Não somos anjos”, pensei.”Será que alguém se importa se eu inventar as minhas asas?”
Eram tempos difíceis, e quando um problema puxa o outro é como se o mundo inteiro estivesse pronto para desmoronar. Mas depois de milhões de tropeços, uma vitória aqui e ali passei a me admirar mais, porque ninguém faria isso por mim. Inventei meu próprio modo de superação e descobri que era o único jeito que eu chegaria a algum lugar.
Conclui que o melhor a se fazer é não esperar nada do que está por vir porque os obstáculos aparecem.
Levar rasteira – da vida, das pessoas – não só doía como tinha o poder de fortalecimento. Porque acredite, até os piores venenos curam a sua dor um dia. Mas se Deus estava me testando, ele já podia parar.