sexta-feira, 20 de maio de 2011

Me coloco no lugar de sempre. De maneira rotineira á caminho de casa me pego pensando. Mas nada me prende, nada me importa de verdade, e tudo o que tenho é bagunça e o olhar sob as estrelas. Quando criança imaginava de onde vieram, do que eram feitas, e mesmo não tendo respostas que me convençam muito até hoje, ainda sim imagino um passado surreal para elas. 
Suspirei e procurei me concentrar, até que encontro um silêncio interno, desses não passageiros que costumam aparecer durante a noite enquanto você se faz milhões de perguntas sobre sua própria vida: Por quê faço isso, por quê aceito aquilo, e no final, você não encontra as respostas que procurava.
Então observo pela janela, e como se fosse a coisa mais normal do mundo vejo pessoas indo e vindo, então pego esse instante pra mim, como se fosse a única certeza que tenho da vida. Pessoas vão porque precisam, porque sentem saudades, porque buscam alguma coisa que faça sentido, ou que dê sentido a vida delas. Pessoas vem porque não se sentem bem, porque isso ou aquilo não lhe agradam, e provavelmente porque encontraram um bom motivo pra voltar.
Deixo que tudo se arraste e me permito se perder. Um ar de exaustão me domina e sou vencida pelo cansaço, e o que era algumas horas, transformou-se em minutos assim que peguei no sono. Não me lembro como foi, mas quando acordei já estava lá. 
Arrumei a cama, fechei as cortinas, e foi me preparando para a manhã seguinte que percebi o instante exato do meu dia em que as coisas passariam a fazer sentido. 
Uma pontinha de felicidade bateu -não que eu estivesse triste, apenas não sentia nada-. Então algum lugar dentro de mim começou sorrir. Entendi o que me fazia feliz naquele momento. Me permitir enxergar coisas grandiosas nos pequenos detalhes era o melhor que havia feito, e era algo construído com alma, observação e coração.
Bobagem não se deixar levar. As riquezas do meu mundo talvez ninguém entendesse, mas aquilo que eu avistava agora era motivo mais que suficiente pra desistir da busca incansável por um estado durável de plenitude.
Alegria se trata de conquistas,- pensei -  não de buscas.